Como vimos na parte 01, três fatores se mostraram prioritários para transformar as cidades de hoje em cidades verdes e inteligentes. Se focarmos nossas atenções para um melhor gerenciamento de resíduos sólidos, desperdício de energia, desperdício de recurso e maior subsistência local, empregos, investimento, estaremos resolvendo parte dos sistemas urbanos circulares e econômicos.
Entretanto, outra grande parte, se não o maior problema dos municípios de Mato Grosso estão na falta de Infraestrutura urbana resiliente e adaptável ao clima, na precariedade de ecossistemas sustentáveis e serviços ecossistêmicos em áreas urbanas, peri-urbanas e rurais, assim como a baixa qualidade do ar, muitas vezes causadas pelo uso de transportes públicos e particulares poluentes e que ainda usam combustível fóssil para se deslocarem.
Então como devemos alcançar, por exemplo, a Mobilidade Inteligente e Verde sem mudar radicalmente nossa matriz de combustível fóssil? Em Seul entre os anos de 1950 e 1960 a infraestrutura de transporte era muito deficiente, como a de Cuiabá de hoje, por exemplo. O aumento do número de carros levou a infindáveis congestionamentos. Qual foi a solução?
A introdução de Sistemas inteligentes que inserido, ao longo do tempo criou faixas de ônibus, cartões de tráfego inteligentes, sistema de informações de transporte público e um centro de controle de gestão. Os dados coletados em tempo real geraram uma precisão da informação para o transporte de até 98%, com uma taxa de satisfação pública de 96%.
Como consequência do uso da TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação, maior uso e confiabilidade, redução de congestionamento, melhoria da qualidade do ar, redução das emissões de GEE – Gazes do Efeito Estufa e integração geral.
Outra ação importante e fundamental para a mobilidade foi o uso de Big Data – termo em Tecnologia da Informação (TI) que trata sobre grandes conjuntos de dados que precisam ser processados e armazenados – no transporte público noturno (ônibus).
O Governo Metropolitano de Seul usou o big data em colaboração com as operadoras de telefonia móvel para determinar as rotas mais populares entre a meia-noite e as 5 da manhã. Essa simples ação, com uso da tecnologia da 4ª Revolução Industrial, proporcionou a garantia da conveniência dos cidadãos e o retorno seguro aos seus destinos quando o transporte público não estava normalmente disponível.
Em Medellín, que até poucos anos atrás era considerada a cidade mais perigosa do mundo e sede do cartel de drogas, implantou uma rede de mobilidade integrada projetada para a cidade. A rede consiste em metrô, teleférico, BRT, compartilhamento de bicicletas públicas e bonde. Resultados: diminuição das taxas de criminalidade, redução do congestionamento e ciclismo verde.
Como podemos perceber, existem boas práticas acontecendo pelo mundo e não só em países desenvolvidos, que estão transformando as cidades cinzas, em cidades verdes e inteligentes com uso de sistemas integrados que evitam falhas em cascata, com extinção de mudanças de abordagens setoriais e planejamento fragmentado, para respostas de investimento utilizando a Inteligência Humana com infraestrutura de baixo carbono, sistemas ‘inteligentes’ adaptativos e comunidades capacitadas.
Então, o que é preciso para que Cuiabá e os demais municípios do Estado de Mato Grosso se tornem municípios verdes e inteligentes? As universidades estão capacitando os futuros profissionais para atuarem com IA – Inteligência Artificial e TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação na gestão de nossas cidades? Existe uma política governamental de capacitação continuada para os atuais gestores públicos, a fim de serem habilitados para atuar com estas novas ferramentas da 4ª Revolução Industrial que estão disponíveis?
Nós, da AAU-MT, que nos arriscamos a sonhar e a realizar nossos sonhos, acreditamos que podemos mudar. Transformando as cidades cinzas em Cidades Verdes.
Venha realizar seus sonhos conosco!!!